terça-feira, fevereiro 27, 2007

TEXTO COMPLEMENTAR: OS HITITAS


Até o final do século XIX, os hititas não existiam na geopolítica da Antigüidade, no máximo, poderiam ter sido uma pequena tribo da Palestina. As únicas citações a eles estavam no Velho Testamento (filhos de Hete, Heteus) e somente com as escavações arqueológicas puseram fim aos 2000 anos de esquecimento da primeira grande potência Indo-Européia. Eles eram indo-europeus e foram os primeiros a conseguir trabalhar com o ferro.

Eram também mestres no uso carros de guerra, levando terror aos seus inimigos. Seu rei Mursili I saqueou a cidade de Babilônia por volta de 1595 a.C. Só que os hititas não ficaram na Mesopotâmia, ocupando a Anatólia, na atual Turquia. Tomaram Hattusas - atual Borgazköy - a capital de um povo chamado hatti, o nome permaneceu ligado aos conquistadores.

Império dos Hititas foi uma grande potência e seu oponente principal era o Egito. Ambas as nações disputavam as mesmas áreas de influência: Síria, Fenícia, Palestina, Mesopotâmia. A derrocada dos Mitanni, também conhecidos como Hurritas, que haviam sido mais poderosos que os Hititas em outras épocas; o governo do faraó-herege, Akenaton com as complicações sucessórias que se seguiram no Egito; e o talento político-militar do Rei Supilliuma, deu aos hititas a possibilidade de expandir suas fronteiras e afirmarem seu poder.

Apesar de sofrerem influência da cultura da Mesopotâmia, os hititas adaptaram a escrita cuneiforme à sua língua indo-européia, também absorveram deuses dos panteões vizinhos unindo-os aos seus próprios. Os reis hititas tinham seu poder assentado muito mais na competência militar do que no direito divino.
Na legislação hitita as penas de morte eram reduzidas e quase sempre substituídas por indenizações. Construíram uma das primeiras bibliotecas e eram tolerantes (**pensem em gente como os assírios**) com os povos conquistados. Seus reis tinham seu poder assentado muito mais na competência militar do que no direito divino. Quanto às mulheres, estavam em condições muito melhores do que a da média dos povos da região e a grande rainha tinha grande poder de decisão, mesmo em assuntos militares. Muito do que se sabe dos hititas hoje vem dos Anais de Mursili II que mandou escrever os feitos de seu pai, o Rei Supilliuma, e os seus.

A história dos Hititas é dividida em quatro períodos: Antigo Reino (c. 1680-1500 a.C.), Reino Intermediário (c. 1500-1400 a.C.), Novo Reino (c. 1400-1193 a.C.) que é quando acontece a nossa história, e Período das Cidades-Estado (c. 1193-710 a.C.) quando os hititas já estão enfraquecidos. Recomendo essa página brasileira que tem um artigo legal sobre os hititas e suas leis que depende em boa parte do material em língua inglesa da Enciclopédia Encarta.

Falando em poder feminino, a grande rainha dos hititas tinha o título de Tawananna. Ela geralmente era a esposa do rei, mas, caso este morresse, mantinha o seu título. Uma nova Tawananna só era estabelecida quando a anterior morria. A Tawananna tinha assento no conselho de Estado e podia intervir mesmo em questões militares.

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